A cidade da praia acolhe todos os anos um grande numero de estudantes universitários, por razão de não existir as universidades nos restantes ilhas.
Katia Lopes é natural na ilha do Fogo, estuda na universidade de Instituto Jurídico e faz o curso de Relações Internacionais.
Hoje ela é a minha entrevistada para contar- nos um pouco sobre a sua experiencia como estudante universitário.
Entrevista:
Por que motivo resolveste vir
estudar na Praia?
Estudar
na Praia foi uma decisão tomada em cima da hora, mais concretamente dois meses
antes do inicio do ano letivo 2013/2014, portanto ela nunca esteve na lista dos
principais destinos onde eu pretendia dar continuidade aos meus estudos, porque
sempre me projetei estudando fora do país, porem devido há algumas circunstâncias tive de reformular/remodelar alguns itens do meu plano de vida,
e um deles foi ter optado por estudar em Cabo Verde, visto que aquando do
processo de candidatura a bolsas de estudos no exterior, logo a partida me
aconselharam, a optar pelo estudo no país, porque raramente facultavam esse
tipo de bolsas aos cursos que já existiam e eram lecionadas no Estado Cabo
verdiano, e tendo em conta a área cuja a qual eu pretendia estudar, seria mais
oportuno estuda-lo por aqui mesmo, visto
que eu estaria em contacto direto com as legislações e documentos tipicamente
cabo verdianas. Hoje se me perguntarem, se em alguma ocasião tive algum
sentimento de arrependimento, digo que não tive nem sequer um pingo do mesmo,
porque não há nada melhor do que estudar em casa, Cabo Verde, e confesso que de
todas as escolhas feitas por mim, essa foi a mais assertiva de todas.
Como é que ficou a tua relação com
os teus pais e outros familiares quando vieste morar na Praia?
Ficou
o melhor possível, porque a minha vinda a Praia intensificou ainda mais os
nossos laços de amizade.
Tiveste dificuldades de adaptação.
Se sim, quais?
Tive
algumas dificuldades de adaptação, uma delas tinha que ver com o facto de eu
estar numa ilha diferente, cuja a realidade era e continua sendo, muito
distinta daquela com a qual eu estava habituada a conviver na minha ilha natal,
ilha do Fogo, mas com o tempo fui me adaptando a essas diferenças.
Uma
outra dificuldade que tive foi em relação a realização das tarefas doméstica, uma vez que na minha casa eu fazia somente as tarefas básicas, e raramente eu
cozinhava, então tive de aprender a me autocuidar, e hoje me considero uma autêntica chefe de cozinha.
Qual é a avaliação que fazes desta
experiencia?
Faço
uma avaliação bastante positiva dessa oportunidade única, produtiva, porque
pude enriquecer os meus conhecimentos, aprender como fazer uma boa gestão das
mesadas que os meus pais me facultavam mensalmente, e hoje não dependo das
pessoas na realização de muitas tarefas.
Como te sentes em viver em
republica?
Nunca
vivi em republica, morei sempre com um familiar, e neste momento vivo com uma
prima minha, que também é estudante.
Como é a tua relação com as suas
companheiras de casa?
Eu
e a minha prima somos muito amigas, porque desde de pequenas já tínhamos esse
laço de amizade e respeito mutuo, o que acabou facilitando a nossa relação, que
por acaso é muito boa. O sistema ou a estratégia utilizada por nós as duas,
para que não tivéssemos problemas, foi o de partilhar as tarefas domesticas, e
entender os defeitos uma da outra e sempre que houvesse um mal-entendido
tentarmos ouvir o que a outra tinha a dizer antes de tirar conclusões precipitadas.
Qual é a sensação de viver e
estudar longe de casa e da família?
Não
é a melhor sensação do mundo, porque mesmo que os meus pais estejam a pouco
quilômetros daqui eu sinto muita falta do carinho e amizade deles, e as
chamadas telefónicas apesar de minimizarem a ausência dos mesmos, deixam aquele
vazio.
O
bom disso é que sempre nas ferias vou ao encontro deles, uma das vantagens de
se estudar perto de casa.
Qual é o aprendizado que tiras
desta experiencia?
De
que, citando Aristóteles” a melhor escolha de cada indivíduo é a mais alta que
ele pode alcançar”,